quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

o meu pai

O meu pai é a pessoa mais generosa que eu conheço. De longe.
O meu pai fuma muito e bebe muitos cafés mas diz que não lhe faz mal.
O meu pai é  melhor pessoa que eu conheço.
O meu pai é bom demais porque as pessoas usam e abusam dele e isso enerva-me. E quando eu me enervo ele responde-me que ele sai sempre a ganhar porque simplesmente quem se sente mal no final não é ele.
O meu pai define-se na palavra missão. Ele vive para os outros. E eu queria que ele vivesse um bocadinho para ele. Mas já percebi que ele é assim.
O meu pai toca piano e viola e apanha as músicas à primeira, mesmo quando não as conhece.
O meu pai é o oposto a mim na forma como vê muitos aspectos da vida, o que diz muito sobre a forma como me educou. E às vezes enerva-me e ele acha piada.
O meu pai é a pessoa mais complicada a argumentar e tem sempre mais uma volta a dar qualquer assunto.
O meu pai tem um blog que é o oposto do meu. E eu acho piada.
O meu pai deu-nos o maior tesouro como pai que é a disponibilidade real e emocional total para nós. E deu-me a mim, como mãe, a meta de tentar ser disponível como o meu pai foi para mim. E ainda é. 
E este é o meu pai.

1 comentário:

  1. Na qualidade de única pessoa do mundo que pode, com propriedade, corroborar esta constatação, fica a confirmação (na versão matemática):

    Estatisticamente, a maioria das pessoas, quando questionadas nesse sentido, dirão que o seu pai é o melhor do mundo, pelas mais variadas (a maioria evidentes) razões. Se, filtrando-se esta amostra, retirarmos os que verdadeiramente o acreditam, esta percentagem certamente diminuirá (ainda que, espera-se, pouco). No entanto, se aplicarmos uma outra restrição, simples na apresentação mas imensamente complexa nas suas diversas implicações, escolhendo destes apenas os que o dizem com razão (ou seja, apenas aqueles cujos pais são efectivamente os melhores do mundo), estamos reduzidos a uma ínfima fracção da quantidade inicial. Chegados aqui, temos um grupo restrito de pessoas a quem a vida presenteou com a maior das prendas: os melhores pais do mundo.

    Deste grupo, destacam-se inequivocamente dois elementos, dada a clara vantagem que apresentam quanto ao factor eliminatório atrás descrito: eu e a minha irmã.

    O peso da responsabilidade nos ombros é quase perceptível…

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